FOGÃO É PRIMEIRO DO BRASILEIRÃO!
Qual é a notícia mais importante: a conquista dos três pontos em um jogo que começou complicado e que fez o Botafogo alcançar a liderança do Brasileirão ou a discussão de Caio e Herrera que gerou a expulsão de ambos?
A primeira, certo?
Não é o que todos falarão nos próximos dias.
Se o objetivo dos dois atacantes era evitar um oba-oba da torcida com a boa performance no início da competição, então o objetivo foi assegurado – o foco vai ficar na briga. Sobre o episódio, pouco a comentar da minha parte: o Caio errou no lance, o Herrera errou ao partir para cima dele, o juiz errou ao expulsar ambos – era cartão amarelo para Caio e vermelho para Herrera. Como disse o Pereirão, indignado, os dois têm que ser multados. Concordo. E assim já foram, segundo avisou o gerente Anderson Barros minutos depois do fim do jogo. Aliás, uma intervenção oportuna do gerente, comunicando imediatamente a punição financeira e a advertência que receberam do Joel, sem dar tempo para especulações.
Essa imagem nunca mais senhores Caio e Herrera!
Mas também não convém esticar em demasia o episódio. Até porque ambos são essenciais para o Botafogo 2010, ainda mais com a ausência do Loco até o fim da Copa do Mundo. Nada de afastá-los do elenco – já seremos prejudicados o suficiente com a ausência de ambos contra o Cruzeiro. E também nada de tomar partido de um ou de outro. Os dois são importantíssimos para o time – basta relembrar que o Caio, mesmo sem grande inspiração, participou dos TRÊS gols alvinegros: sofreu a falta no primeiro, dividiu a bola com o goleiro no segundo, esteve na jogada do terceiro, que foi marcado pelo Herrera. Nada de crucificar um ou outro, na minha opinião.
Até que falei demais, né?
Sobre o jogo, tivemos basicamente dois momentos. Até os 40 minutos, sérias dificuldades de criação ofensiva e alguns vacilos de marcação que obrigaram Jefferson a nos salvar de ter as redes balançadas – mais uma vez, o meio não funcionou. E, pior, no ataque, muitos chuveirinhos, mas sem o Loco Abreu em campo – a cabeça do uruguaio fez falta por duas razões: ele é o ponto de equilíbrio emocional do time. Duvido que Caio e Herrera tivessem se estranhado se ele estivesse em campo.
Ai baixou um Mendonça no Lúcio Flávio e ele fez um golaço na cobrança de falta, gol que estava nos devendo há uns 378 jogos. Parece, inclusive, que o Mendonça estava no estádio e a torcida gritou o nome dele depois do gol. Cena bonita, hein?
Na sequÊncia, num lance confuso, mas que o Caio teve participação decisiva ao trombar com o goleiro, Somália ampliou o marcador.
(que foto sensacional!)
No segundo tempo, larga vantagem assegurada, o Botafogo se desamarrou. E o terceiro gol, todo construído com passes rasteiros, teve jeitão de Botafogo 2007. Troca rápida e envolvente de passes. Lúcio Flávio fez infiltração e deu passe perfeito para Herrera pegar de primeira, a la Dodô-07, e marcar um belíssimo gol coletivo.
Ainda a destacar, a participação intensa da torcida (parece que a nova música pegou!) e a inteligência em fazer o tempo passar depois do 3 x 0. Inteligência que faltou a nossa dupla de ataque, sério desfalque para o jogo contra o Cruzeiro.
Nas mãos de Jefferson e nos pés dos atacantes e de L.Flavio e Somália, o Botafogo fez a vitória. Mas faltou a cabeça no lugar do Loco Abreu.
Atuações? Vamos lá:
Jefferson – Defesaças de todos os tipos – pelo alto, por baixo, chutes cruzados. Uma delas, quando ainda estava 0 x 0 e o jogador goiano entrou cara a cara, foi essencial para a vitória. Nota 10
Alessandro – Bom segundo tempo, quando o jogo já estava resolvido. Nota 5
A. Carlos – Poucos vacilos, mais segurança. Mas perdeu um gol… Nota 6
Fábio Ferreira – O melhor da zaga. Nota 7
Fahel – O pior da zaga até o 2 x 0. Depois, claro, ficou mais à vontade na partida. Nota 4
Somália – Erros de passes mas um belo gol. Virou o xodó do Joel e o Marcelo Cordeiro deve estar bufando de raiva no banco. Nota 6
Guerreiro – Precisa, com urgência, reencontrar o posicionamento exato para o combate. Ao menos evoluiu nos desarmes e no apoio. Nota 5,5
Sandro Silva – Mais eficiente do que contra o São Paulo, mas ainda não é, nem de longe, o camisa 8 que precisamos. Nota 5
L.Flávio – Um golaço de falta, um belo passe para o terceiro gol, um pouco mais de mobilidade e empenho. Mas faixa de apoio pra ele é um pouco demais, não? Nota 7
Herrera – Não pareceu à vontade como referência na área. Duas conclusões bisonhas, um golaço e o desnecessário destempero. Nota 6 pelo jogo, Nota 0 pela expulsão. Na média, nota 3,0
Caio – Participou dos três gols, foi fominha em outros lances, como o da confusão, mas volto a dizer. É mais útil ao time do que Victor Simões e Reinaldo juntos. Nada de crucificá-lo nem de passar mão na cabeça. Nota 7 pelo jogo, Nota Zero pelo lance da expulsão, na média Nota 3,5.
Edno – Claro que o jogo já estava decidido, mas entrou com mais eficiência do que outras partidas. Nota 7
Joel – Não precisa ficar com ideias fixas na cabeça – três zagueiros e dois volantes contra o Goiás foi um pouquinho demais, não? Boa a entrevista no fim da partida. Nota 6
Transmissão do PPV – Discussões intermináveis sobre a estatura do Loco Abreu e se 3 x 0 era goleada ou não. Ninguém merece Raul Quadros como comentarista. Nota ZERO
Leão – Ainda bem que não consegue espaço no futebol do Rio. Suas entrevistas são ridículas na tentativa de fazer ironia e de culpar os outros, nunca o próprio trabalho. “O Rio de Janeiro é maravilhoso, o estádio é maravilho, o árbitro é maravilhoso”, foi apenas uma de suas pérolas. Se Deus quiser, jamais será treinador do Botafogo. Nota ZERO
Fotos: Agência Lance!
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